Sabia que este filme ia comover muita gente, afinal as pessoas tendem a se encantar por aquilo que é belo e não compreendem. E nada mais conectivo para elas do que as linguagens daquilo que é criado a partir das angústias humanas acerca do universo e sua plenitude incompreensível. Confesso que acho uma bobagem todas estas tentativas de associações metafísicas porque sou do tipo que não entro em pânico ao pensar sobre a morte. Maaaaaaaaaas... não estou aqui para dar uma de lúcido, racional ou seiláoque, e querer descaracterizar a beleza deste filme (que, pelo meu introito ficou parecendo o contrário). Não, vim exatamente para recomendá-lo por fazer bem o papel de um filme de ficção: sua beleza nos instiga e nos toca profundamente independente de crenças ou não-crenças. Um espetáculo de atuações! inclusive da Sofi, que trata-se de uma personagem sem-noção (no meu modo de enxergar a vida, tá? rs - talvez para você não) e que por isto a galera naturalmente deva confundir com má atuação de Astrid. Vejo o contrário: uma atuação e interpretação perfeita de uma personagem aluada. rsrs. Quem pensou que iria ver uma lindinha história de amor de Ian e Sofi tem que se decepcionar mesmo. O que não aconteceu comigo, afinal, era nítida a discrepância de visão de mundo entre eles. Não que seja impossível pessoas em tal nível de discrepância se amarem fora das telas, vai saber... mas meu pensamento foi confirmado após a afirmação do próprio Ian de que eles nunca dariam certo. Por fim, um final super emocionante, mesmo sendo tão previsível pra mim. Foram duas horas que valeram a pena. Um filme que merece um prêmio por sua beleza abstrata! :)